Jornal metropolitano de Maringá

20150304

Professores do Paraná decidem continuar em greve

Os professores e funcionários da rede estadual de ensino do Paraná decidiram, em assembléia nessa manhã (4), manter a greve. Segundo o governo do estado, a greve afeta 970 mil alunos das 2,1 mil escolas estaduais, que estão sem aulas desde 9 de fevereiro, quando o ano letivo deveria ter começado.




Segundo o sindicato dos professores do estado, as principais reivindicações da categoria são os programas de promoções e progressões de carreira que estão atrasados. Mais de 20 mil professores participaram da assembléia nesta quarta (4), de acordo com o sindicato.
“Além de considerarmos insuficientes as respostas que o governo do estado deu aos nossos itens de pauta, também consideramos as conversas que tivemos com o conjunto de diretores de escolas, que nos apresentaram a incapacidade das escolas de receber os alunos neste momento” disse, em nota, o presidente do APP´-sindicato, Hermes Leão. Leão explicou que a incapacidade das escolas em receber alunos envolve a falta de professores e funcionários e a autorização para a abertura de novas turmas.
Segundo ele, o governo fechou 2,2 mil turmas em 2014 e precisa reabri-las para o início das aulas, procedimento corriqueiro em todo início de ano letivo. Leão também cobra o repasse do Fundo Rotativo para as escolas, usado para pequenas reformas e compra de materiais básicos.
O governo do Paraná informou que implantará as progressões e promoções pendentes no mês de maio para funcionários e em junho para os professores e será definido a partir de maio o cronograma de pagamento dos atrasados.
Em nota o executivo estadual argumentou que atendeu toda a pauta de reivindicações apresentadas pelo APP-sindicato durante as negociações e que “lamenta” a decisão dos servidores em manter a greve. “O governo espera que os professores e servidores da educação reavaliem a decisão e retorne às salas de aula o mais breve possível, para que os estudantes e suas famílias não sejam ainda mais prejudicados por uma paralisação que não tem mais justificativa” diz trecho da nota.
Com a greve, a categoria conseguiu o pagamento da rescisão contratual dos professores temporários, a garantia do pagamento do terço de férias dos professores da educação básica e das instituições de ensino superior até 31 de março. O governo também informou que vai convocar mil professores e pedagogos aprovados em concurso.
Os professores também conseguiram barrar a votação, na Assembléia Legislativa, um conjunto de medidas propostas pelo executivo estadual, que incluíam a mudança no plano de carreira dos professores, entre outras medidas.
No último sábado, o Tribunal de Justiça do Paraná (TL-PR) determinou a volta às atividades dos docentes do último ano do ensino médio. O prazo para o cumprimento da decisão se esgotou nesta quarta-feira.  O APP-sindicato diz que não tem como cumprir a ordem judicial e pediu, por meio do tribunal, para que o governo indique os locais e os professores que devem voltar às aulas. A entidade quer que o TJ agende uma audiência de conciliação com o governo para discutir os pontos em impasse.
Fonte: Abr – Foto: Arq. Regional