Jornal metropolitano de Maringá

20150526

Pequenos agricultores e transporte escolar são prejudicados pela greve

A greve dos professores da rede estadual prejudica não apenas os alunos, mas também profissionais que atuam indiretamente com a área da educação. São  os motoristas autônomos que trabalham com o transporte escolar e os agricultores familiares que fornecem merenda. Eles estão com a renda comprometida desde o início da mobilização dos educadores. 
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No Paraná são 128 entidades de agricultores que entregam semanalmente alimentos orgânicos para a merenda escolar. Com as escolas fechadas, os produtos são perdidos na própria lavoura, já que o agricultor não pode realizar a colheita. As frutas e verduras já colhidas acabam apodrecendo de um dia para outro. 

Gerson Rodrigues da Cruz, produtor e presidente da Cooperativa Agroindustrial de Produtores de Corumbataí (Coaprocor), de Corumbataí do Sul, no Centro Oeste, amarga um prejuízo de R$ 20 mil com a perda da produção. 

“Sem poder fazer as entregas, os produtos estão estragando na lavoura e o prejuízo é enorme”, disse. “Nós, pequenos agricultores, estamos pagando, junto com os alunos e outros profissionais, uma conta muito alta com a paralisação dos professores”, disse o agricultor, que cultiva frutas cítricas. 

Uma das vantagens dos produtores que participam da agricultura familiar é a certeza da venda e entrega para as escolas. Com a paralisação das aulas, os produtos não podem ser colhidos ou são perdidos nos depósitos das cooperativas. “Muitas cooperativas correm o risco de serem fechadas”, alertou o agricultor. 

TRANSPORTE - Os motoristas autônomos que trabalham com o transporte escolar também são afetados com a paralisação das aulas. A maioria dos profissionais está desde o início da greve sem receber. “É do transporte escolar que sai o nosso sustento. Fazemos um apelo para a volta das aulas, pois a maioria dos motoristas não está recebendo”, revelou Marcos de Bem, presidente do Sindicato dos Operadores de Transporte Escolar de Curitiba (Sindotec). 

De acordo com Marcos, a principal renda desses profissionais está nos transporte escolar. “Não somos contra ninguém, entendemos que é necessário exigir melhorias para a educação, mas dependemos da volta das aulas porque a greve está afetando 70% da nossa renda”, pediu. 

Ele explicou ainda que alguns associados estão com dificuldade para pagar as prestações dos automóveis e outras despesas correntes, já que estão sem trabalhar. “Nós entendemos o lado dos pais. Queremos receber pelo nosso trabalho.” 
Fonte: ANPr – Foto: Hedeson Alves/SEED