Jornal metropolitano de Maringá

20150526

Greve prejudica preparativos de alunos do 3º ano para o Enem

A greve dos professores da rede estadual de ensino, que já dura mais de 40 dias letivos desde a primeira paralisação, prejudica a preparação dos alunos que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares no final deste ano. As inscrições para o Enem começaram nesta segunda-feira (25) e as provas serão aplicadas nos dias 24 e 25 de outubro. 
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“A paralisação prejudica, principalmente, esses alunos do terceiro ano que farão o Enem e o vestibular, que precisam fixar um volume muito grande de informações. Essa é uma das nossas principais preocupações”, afirmou a secretária de Estado da Educação, professora Ana Seres. 

O receio dos estudantes é não ter tempo suficiente para se preparar para o exame. “Estamos perdendo muito conteúdo e não teremos tempos para aprender a ponto de realizar uma boa prova”, lamentou a aluna Renata Maria Sopko, 17 anos, do 3° ano, Colégio Estadual Caetano Munhoz da Rocha, de Rio Negro, na região Sul do Estado. 

As aulas no colégio Munhoz da Rocha continuam normalmente, com poucas baixas de professores que aderiram à greve. Para que os alunos do terceiro ano não sejam prejudicados, a escola ampliou as atividades do curso de aprimoramento, em que estudantes permanecem na escola das 18h30 às 22 horas. “É uma maneira que encontramos para não perdemos tanto conteúdo e não ficarmos distantes dos outros alunos que irão fazer o exame”, disse Renata. 

CONTEÚDOS - De acordo com a aluna Patrícia de Andrade Potier, 16 anos, também do 3° ano, os estudantes se reuniram com os professores em sala de aula para explicar como a greve vai prejudicar a preparação para as provas do final do ano. “Explicamos que queremos ter aula e que estamos ali para aprender os conteúdos e não ouvir sobre a greve”, contou. 

Patrícia estuda em casa com leitura de jornais, revistas e a revisão dos conteúdos vistos, mas conta que sem o auxílio do professor o aprendizado fica comprometido. “A greve atrapalha muito a nossa preparação. Os professores falam que é fácil estudar em casa, mas por mais que estudemos, precisamos das aulas para tirar as dúvidas e fazer uma boa prova” disse. 

PAIS - Em Campo Mourão, no Centro Oeste, um grupo de pais reclamou ao Ministério Público. De acordo com a mãe de uma aluna do 6° ano, que prefere se identificar apenas como Mara, a petição exige que os direitos dos alunos sejam garantidos. 

“A nossa preocupação é com o direito dos nossos filhos de estarem em sala de aula. Os direitos dos professores têm que terminar quando começa o dos alunos. Eles têm o direito da greve, mas não estão respeitando o direito dos alunos de estarem em sala de aula”, disse ela. 

Segundo Mara, outra preocupação dos pais é com a segurança dos alunos. “Alguns pais estão correndo risco de perder o emprego, pois não têm com quem deixar os filhos”, revelou. De acordo com Mara, as reivindicações dos educadores deixa dúvida nos pais. 

“Os professores falam que a greve é um direito deles, mas não estão mostrando como isso vai acrescentar na educação dos nossos filhos. Nós não conseguimos mais ver essa greve como uma luta pela educação, uma vez que nossos filhos estão fora de sala de aula”, desabafou. 

INSCRIÇÕES PARA O ENEM - Este ano a taxa de inscrição é de R$ 63. Estão isentos de pagar estudantes que vão concluir o ensino médio em 2015 e candidatos que estejam dentro dos critérios de carência definidos pelo edital. A pontuação no exame pode ser usada pelos candidatos em programas como Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para vagas em universidade públicas, e Programa Universidade para Todos (ProUni), para vagas em instituições particulares. 

O Exame também classifica os candidatos para bolsas de intercâmbio por meio do programa Ciências sem Fronteira e contratos com o Financiamento Estudantil (Fies). 
Fonte: ANPr – Foto: Arnaldo Alves / ANPr