Jornal metropolitano de Maringá

20140207

Governo anuncia empresas que vão operar com seguro rural no Paraná

Foto: Divulgação

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, anunciou nesta quinta-feira (06), em Cascavel, a habilitação das cinco companhias seguradoras que irão operar o seguro rural no Paraná por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR/PR). O governo do Paraná autorizou a liberação de R$ 6,4 milhões em recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), administrados pela Fomento Paraná, para a subvenção estadual para as lavouras da safra 2013/2014.

Com o credenciamento e habilitação estão aptas a operar com o seguro rural no Paraná as companhias seguradoras Aliança do Brasil, pertencente ao Banco do Brasil, Mapfre, Sancor, Swiss Re e Porto Seguro.

O anúncio ocorreu no Show Rural, exposição de tecnologia rural que está acontecendo em Cascavel. Além do secretário Norberto Ortigara, estavam presentes o deputado estadual Elio Rushi, o presidente da Coopavel, Dilvo Groli, o presidente do BRDE, Jorge Gomes Rosa Filho, dirigentes das seguradoras, representantes dos produtores rurais, autoridades federais, estaduais e municipais.

Outras cinco empresas ainda estão em processo de credenciamento e o ingresso delas poderá ser formalizado assim que for finalizada a entrega da documentação exigida em edital nº 001/2013 disponível no site www.seab.pr.gov.br. 


Norberto Ortigara disse que é necessário proteger essa atividade para que haja mais estabilidade na agropecuária. “Neste ato estamos credenciando cinco seguradoras, nossa meta é que mais seguradoras sejam credenciadas para que o seguro do prêmio fique mais barato para o agricultor”, afirmou.

Segundo o secretário, o governo do Paraná está bancando metade do prêmio do seguro que a União não banca e com esse complemento espera a ampliação do número de agricultores plantando com seguro rural no Estado. E com esse credenciamento poderão ser beneficiados os produtores que já estão plantando a segunda safra de milho. Ao todo serão 29 culturas protegidas.

“A meta da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento é que até 2020 entre 50% e 60% dos agricultores paranaenses plantem suas lavouras de forma protegida pelo seguro rural. Atualmente apenas 8% dos produtores no Estado plantam com tranquilidade”, disse.

SEGURADORAS - Essas cinco primeiras que estão sendo habilitadas concluíram o processo de credenciamento para operar no Programa Estadual de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural, que agora será enviado para a Agência de Fomento, do governo do Paraná, para contratação. Poderão ser beneficiados todos os produtores rurais do Estado até o limite de R$ 4.800,00 por CPF e por produto.

A previsão é que até esta segunda-feira (10) as empresas deverão estar operando efetivamente o seguro rural no Estado que foi ampliado de três para 29 culturas, conforme autorizou o governador Beto Richa. Antes, a proteção do seguro do governo do Paraná era somente para as lavouras de trigo nas modalidades sequeiro e irrigado, milho segunda safra e café.

CULTURAS - A partir deste ano a proteção do seguro está sendo estendida para as culturas do abacaxi, algodão, alho, batata, café, cebola, cevada, feijão, tomate, ameixa, caqui, figo, goiaba, kiwi, laranja, maçã, melancia, morango, nectarina, pêra, pêssego, tangerina, uva, floresta cultivada, milho segunda safra, trigo sequeiro, trigo irrigado e para a pecuária.

As empresas estão aptas a operar o seguro rural a partir da segunda safra de grãos, que começa a ser plantada agora no Paraná e posteriormente poderão ser seguradas as lavouras de inverno que estão previstas no contrato. O credenciamento das empresas seguradoras é válido por 60 meses até a safra 2017/18. Mas continua o processo de contratação anual, por meio de aditivos, informou o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), responsável pela execução do programa de Seguro Rural, Francisco Carlos Simioni.

TRIGO - O presidente da Coopavel, Dilvo Groli, ressaltou que essa participação do governo do Paraná em pagar parte do prêmio do seguro rural vai trazer tranquilidade ao agricultor e alavancar a produção de trigo no Estado com mais segurança. “Não podemos induzir o produtor a aumentar a produção de trigo no Paraná e no Brasil se ele está exposto ao risco e não tem a proteção do seguro”, afirmou.

Com essa iniciativa do Governo do Paraná, segundo Groli, espera-se um aumento significativo na produção de trigo já neste ano de 2014. O Paraná e o Rio Grande do Sul são os dois maiores produtores de trigo. No ano passado a produção nacional, concentrada nesses dois estados alcançou 4,38 milhões de toneladas. “Acredito que esse ano vai alcançar 6 milhões de toneladas e em 2020 o País deverá produzir entre 12 e 14 milhões de toneladas de trigo”, disse.

PROGRAMA - O programa é complementar à subvenção federal, que paga até 70% do valor do prêmio. Do restante, o governo do Paraná vai arcar com custos de até 50%, correspondentes a 15% do valor total do prêmio, cabendo ao produtor rural bancar apenas um quarto desse valor.

Segundo o secretário Norberto Ortigara, o objetivo do Governo do Estado é baratear o custo de adesão dos produtores rurais e incentivá-los a fazerem o seguro das suas lavouras. Trata-se de um instrumento que reduz o custo, mantém a proteção da atividade e a médio prazo aumenta a margem de renda dos produtores. “Isso porque com uma despesa menor de adesão ao seguro, o produtor poderá investir mais em tecnologia e qualidade da produção”, avaliou o secretário.

Para Ortigara, é importante ressaltar ainda que o seguro rural evita o indesejável processo de renegociação de dívidas, muito desconfortável para os produtores rurais e caro para os cofres públicos. Toda vez que os produtores precisam renegociar dívidas por perdas climáticas e falta de seguro, aumentam as restrições bancárias para empréstimos futuros, reduz a oferta de dinheiro e encarece o seu custo de captação. “É desgastante para todos”, resumiu o secretário.

ADESÃO - Os produtores rurais poderão fazer a adesão de forma voluntária para contratação do seguro rural. Basta procurar seu corretor de confiança e fazer a opção pela seguradora de sua preferência. Segundo Simioni, todo o processo deverá funcionar eletronicamente. Haverá um fluxo operacional de dados com riqueza de detalhes sobre o produtor e a propriedade beneficiados, inclusive com informações de georreferenciamento para localização da propriedade e CPF do produtor. 
Fonte: ANPr