Jornal metropolitano de Maringá

20130917

Com Patrulhas do Campo, Paraná já recuperou 700 km de estradas rurais

Foto: Ricardo Almeida\ ANPr

As 30 Patrulhas do Campo que o governo estadual repassou aos consórcios municipais estão trabalhando a todo o vapor e já recuperaram 700 quilômetros de estradas rurais em todo o Paraná. De junho para cá, 44 municípios já receberam o conjunto de equipamentos e puderam melhorar as condições das estradas, beneficiando diretamente milhares de famílias da área agrícola.

Ariranha do Ivaí, no Norte do Paraná, tem 2.500 habitantes, boa parte da área rural, onde está a principal base econômica da cidade. O principal transtorno dos habitantes era a má condição das estradas rurais, porque dificultava o escoamento da produção, o tráfego de veículos escolares e o deslocamento dos moradores.

Há quinze dias, uma Patrulha do Campo chegou ao município. “Quando chovia a criança ficava fora da sala de aula. Se alguém ficava doente era um transtorno para levar ao médico ou hospital. Um problema frequente, que vai acabar com a vinda da patrulha”, afirmou o prefeito Sílvio Petrassi. 


Cada patrulha é formada por escavadeira, trator de esteira, motoniveladora, pá-carregadeira, rolo compactador, caminhão-comboio, carreta para as máquinas e cinco caminhões basculantes. O conjunto é repassado para consórcios intermunicipais e utilizado em rodízio, conforme acordo entre os próprios municípios. Até agora, 125 municípios já estão aptos a receber a patrulha do campo.

“Uma ideia brilhante, que veio pra ficar”, afirma o prefeito de Ariranha do Ivaí, que é também presidente do Consórcio Vale do Ivaí – do qual também fazem parte os municípios de Ivaiporã, Nova Tebas, Arapoã, Jardim Alegre, Borrazópolis e Grandes Rios. Ele ressalta que há anos não se via um trabalho como este. “Os municípios jamais conseguiriam uma estrada com essa qualidade se não tivessem a ajuda do governo do Estado”, afirmou o prefeito.

MELHORIA DE VIDA – Além de melhorar o escoamento da produção agrícola, as novas estradas facilitam o acesso a áreas rurais, por onde passam transportes escolares e unidades de saúde.

A professora Silvia Vieira Vegam mora no Bairro Salto do Ariranha há quase 10 anos e todos os dias tem de se deslocar 15 quilômetros para dar aula na área urbana da cidade. Ela conta que havia trechos onde os veículos só passavam com a ajuda de tratores. "Só puxado no trator. As condições eram péssimas mesmo. O transporte vinha até certa altura, depois as crianças tinham que descer e continuar a pé", lembra.

Ozoel Martins Lustosa é pecuarista e conta como era difícil o transporte de animais da sua fazenda. "A estrada era horrível. Quebrava os carros e caminhões. Agora posso carregar meu gado. Antes ficava uma semana sem o caminhão passar por lá".

“Além de toda a melhoria que estas estradas proporcionam para o escoamento da produção, esse programa tem caráter social por beneficiar diretamente a vida dessas pessoas”, afirmou o presidente da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário (Codapar), responsável pelo programa, Tino Staniskewski.

ESTRADAS DE QUALIDADE – O presidente da Codapar explica que o principal foco do programa é realizar um trabalho de qualidade. “Geralmente os municípios fazem um trabalho que deixa a estrada numa condição boa por um curto período apenas. Uma estrada readequada nos moldes do programa tem durabilidade de 20 anos, apenas com eventuais manutenções periódicas”, destacou. A atuação da Codapar, segundo Stankievskz, objetiva melhorar esta visão dos municípios para que continuem com a prática de executarem obras de qualidade e resistentes.

Os trabalhos da Patrulha do Campo também seguem as práticas conservacionistas: não desrespeitam o meio ambiente e ajudam a combater problemas de solo, como a erosão. “Não adianta fazer uma estrada bonita se a propriedade tem problema de erosão. Então, antes de fazermos a estrada estudamos a conservação do local para realizar a obra da melhor maneira possível”, explica Tino Stankievski.

“É uma nova filosofia proposta para um setor tão importante para a qualidade de vida dos trabalhadores do campo. É um programa de Estado, estruturante, que vem para ficar, e não um programa de governo, temporário”, acrescenta o coordenador do programa, Jair Vendrúscolo.
Fonte: ANPr