Jornal metropolitano de Maringá

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Paraná terá ciclovias em obras de duplicação nas rodovias estaduais

Foto: Divulgação

Todas as novas obras de duplicação ou construção de rodovias no Paraná deverão incluir, obrigatoriamente, ciclovias. Até 2015, serão construídos mais de 90 quilômetros de novas ciclovias em diversas regiões do estado. A informação, anunciada pelo secretário do Meio Ambiente e Recursos Hidricos, Luiz Eduardo Cheida, na abertura do 3.º Fórum Mundial da Bicicleta, em Curitiba, foi aplaudida por cerca de 1.200 participantes do evento.

"A medida, coordenada pela Secretaria de Infraestrutura e Logística, é uma das ações que estão sendo priorizadas pelo Governo do Paraná na sua política de mobilidade urbana sustentável", afirmou Cheida. "O Paraná está construindo uma política de apoio ao uso deste modal sustentável que é a bicicleta, pela primeira vez na sua história, e com a colaboração do movimento cicloativista", reforçou Cheida.

O secretário falou sobre o Programa Ciclo Paraná, do Governo do Estado, que reunirá todas as ações voltadas ao incentivo ao uso da bicicleta, realizadas nas diversas esferas governamentais.

"O tema bicicleta está se tornando transversal e presente nas iniciativas do Governo. A nossa intenção é levá-lo a todo o Paraná para que seja incluído nas discussões sobre as cidades que queremos para o futuro", declarou Cheida. 


A Secretaria do Meio Ambiente está elaborando o Programa Ciclo Paraná, com a participação de diversos órgãos de governo. Entre as ações previstas estão campanhas de educação no trânsito, incentivo ao uso da bicicleta para o trabalho, a criação de rotas de cicloturismo, carona solidária, ciclovias, sinalização, entre outras ações voltadas à mobilidade urbana sustentável.

“Sou clicloativista há mais de dez anos e é muito bom ver que o clamor do nosso movimento está ganhando o apoio do poder público”, comemorou o vice-presidente da Federação Paranaense de Ciclismo e coordenador do programa CicloVida, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Carlos Belotto.

OUTRAS AÇÕES - A base do Programa Ciclo Paraná será iniciativas que já estão em andamento, somando esforços com o conjunto de conhecimentos práticos adquiridos por entidades ligadas ao ciclismo como, por exemplo, o projeto Ciclovida da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Federação Paranaense de Ciclismo, atividades desenvolvidas por entidades como o Ciclo Iguaçu e, até mesmo, por prefeituras municipais.

Entre as ações realizados pelo governo é possível citar a construção de ciclovias em todos os projetos em execução pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), o que inclui as obras de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014.

Além disso, os cinco novos parques metropolitanos que serão criados em breve pela Comec terão ciclovias. São eles: o Parque Palmital, em Pinhais, Parque Piraquara, Parque Itaqui, em São José dos Pinhais, Parque Metropolitano do Iguaçu, entre Curitiba e São José dos Pinhais, e Área de Interesse Especial do Rio Iguaçu, que prevê a ocupação das margens do Rio Iguaçu com áreas de lazer até a Lapa.

Já a Secretaria de Infraestrutura e Logística está incluindo a construção de ciclovias nos projetos de rodovias em áreas metropolitanas e travessias urbanas. Os projetos, sob supervisão do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), vão beneficiar mais de 20 municípios, trazendo mais segurança para ciclistas ao evitar que circulem nas margens das rodovias.

Nas regiões Norte e Noroeste terão ciclovias as duplicações entre Maringá e Paiçandu e entre Londrina e Cambé. Juntas, estas obras somam 10 quilômetros de ciclovias. As áreas de trânsito de ciclistas serão instaladas em locais com maior adensamento, respeitando as limitações das faixas de domínio das rodovias.

Para 2014, o governo vai construir ciclovias nas duplicações entre Pinhais e Piraquara e também entre Curitiba, Almirante Tamandaré, Itaperuçu e Rio Branco do Sul, além da duplicação na região de Tijucas do Sul. Nestas mesmas obras estão programados 23 quilômetros de ciclovias.

Dentro do programa de mobilidade está prevista também a implantação de calçadas e ciclovias nas obras de duplicações, que serão feitas em parcerias público-privadas, nas PR-445 (Mauá da Serra/Londrina), cerca de 20 quilômetros, e também PR-323, com 33 quilômetros.

No Oeste a PR-281 terá quase 10 quilômetros de calçadas e mais 2 quilômetros de ciclovias. Outro corredor, o Norte Central, vai atender a região entre Mauá da Serra e Guarapuava, terá 5 quilômetros de ciclovias. Nos Campos Gerais, serão construídos 1,9 quilômetros de ciclovias.

Outro fator importante é o incentivo ao uso da bicicleta para o trabalho, medida que já foi implementada pela Sanepar, no mês de setembro, e pela Secretaria do Meio Ambiente recentemente. Nestes locais, foram instalados paraciclos (estacionamento de bicicleta) para visitantes e funcionários e os banheiros foram adaptados com chuveiros para que os funcionários possam tomar banho, após o percurso pedalando. A medida foi aprovada e ganha cada vez mais adeptos.

A elaboração das rotas de cicloturismo no Paraná também é um tema que faz parte das iniciativas do governo e que será discutida com o movimento cicloativista, no próximo dia 18 de fevereiro.

Vale lembrar que no ano passado o governador Beto Richa sancionou a lei que decreta setembro como “Mês da Bicicleta no Paraná” - ocasião em que são feitas atividades educativas relacionadas a esse meio de transporte.

O FÓRUM - O Fórum Mundial da Bicicleta acontece entre os dias 13 e 16 de fevereiro com atividades em diversos espaços de Curitiba. Nesta edição, o conceito “A Cidade em Equilíbrio” tem como objetivo criar um espaço para a reflexão sobre a maneira como é pensando o trânsito e o planejamento das cidades.

Um dos organizadores do evento, o cicloativista Jorge Brand conta que serão promovidas mais de 80 atividades durante o Fórum. "Trabalhamos muito para que o Fórum pudesse ser itinerante, atingindo um público cada vez maior", afirmou.

No Teatro da Reitoria serão debatidos temas como a percepção de risco dos ciclistas, marketing e mobilidade, 100 dicas para começar a viajar de bicicleta, o cicloativismo no Equador, o uso da bicicleta no Maranhão, oficinas sobre reparos rápidos da bicicleta, como propor a lei da bicicleta na sua cidade, mulher sustentável, entre outros. Além disso, o evento inclui feiras, exposições e mesas-redondas. 
Fonte: ANPr