Jornal metropolitano de Maringá

20161005

Mais 225 toneladas do agrotóxico BHC serão recolhidas neste ano no Paraná

Mais 225 toneladas do agrotóxico BHC (Hexaclorobenzeno) serão recolhidas ainda neste ano de propriedades rurais no Paraná e encaminhadas para incineração. Com mais essa etapa da ação, o Governo do Estado vai retirar quase três mil toneladas do produto que estavam estocadas no campo.

Para essa nova etapa de recolhimento serão investidos R$ 1,5 milhão, recursos do Fundo Estadual dos Recursos Hídricos. Proibido na agricultura em meados da década de 1980, milhares de agricultores estocaram ou enterraram o agrotóxico em suas propriedades. Além de graves danos para o meio ambiente, o produto também ameaça a saúde das pessoas, pois é cancerígeno .

O trabalho coordenado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, por meio do Instituto das Águas, envolve também Secretária Estadual da Agricultura e Abastecimento, Emater, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

O convênio para o recolhimento e destinação do BHC foi assinado nesta terça-feira (4) por gestores de todas as entidades. O Estado fará a licitação para o recolhimento e a previsão é de que o serviços comecem no final de outubro. “Só uma grande parceria como essa que possibilita ao Estado solucionar um assunto tão sério e tão complexo como esse”, destacou o secretário do Meio Ambiente, Antonio Carlos Bonetti.

LOCAIS - A maior parte dos estoques de BHC está nas regiões Norte e Noroeste do Estado, onde se concentravam as lavouras de café e de algodão. Nesta fase serão recolhidos produtos em 400 locais. “Uns 20 desses pontos são de BHC que está enterrado. É possível que a quantidade seja um pouco maior que a estimada quando ocorrer a retirada”, disse Ruy Muller, coordenador estadual de recolhimento de BHC do Instituto das Águas.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a campanha Plante Seu Futuro, que desde 2013 monitora pragas no campo e ajuda o agricultor a decidir pelo uso ou não do controle químico. “Nas propriedades monitoradas com plantio de soja que participam do projeto houve uma redução de 50% no uso de inseticidas. Sabemos que é difícil evitar a utilização, mas existem formas de diminuir a quantidade, seja por questões econômicas, de saúde e responsabilidade com o Meio Ambiente”, afirmou.

Além dos secretários estaduais, participaram da assinatura o presidente do Instituto Ambiental do Paraná, Tarcísio Mossato Pinto; o presidente do Instituto Águas Paraná, Iran Rezende; o presidente da Faep, Ágide Meneguette; o presidente da Ocepar, José Roberto Ricken; o presidente do Inpev, João Cesar Rondo, e o presidente da Emater-PR, Rubens Ernesto Niederheitmann.
Fonte: ANPR – Foto: divulgação SEMA