Jornal metropolitano de Maringá

20160509

Estado libera R$ 2,16 mi para investimento e custeio de projetos em microbacias

O Governo do Paraná liberou R$ 2,16 milhões para investimento e custeio de projetos em microbacias de diversas regiões do Estado. Os recursos, viabilizados por meio do Programa de Gestão de Solo e Água em Microbacias, chegam às prefeituras neste início de maio para viabilizar a execução do plano de trabalho traçado junto com as comunidades, gerando um impacto positivo na economia de cada região. 
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O programa é coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, e executado pelo Instituto Emater e Instituto Águas do Paraná, com recursos do Projeto Multissetorial financiado pelo Banco Mundial (Bird). 

Nesta última liberação, foram beneficiados os municípios de Lindoeste, Nova Esperança do Sudoeste, Salto do Lontra, Marmeleiro, Borrazópolis, Cafeara, Lupionópolis, Guaratuba, São Pedro do Paraná, Assis Chateaubriand, Cruzeiro do Oeste, Douradina, Ivaté e Paula Freitas. 

Segundo Ronei Luiz Andretta, engenheiro agrônomo da Secretaria da Agricultura e coordenador técnico do projeto, até agora foram repassados mais de R$ 5 milhões para práticas de manejo de solo e água em 34 microbacias, e mais de R$ 35 milhões para perfuração de poços para sistemas de abastecimento de água desde o início do programa, em 2013. 

“As microbacias são selecionadas de acordo com critérios técnicos, tais como áreas com problemas sérios de erosão, exploração agrícola intensiva de solos com alta fragilidade, como o arenito Caiuá e Litoral, comunidades com problemas de acesso a água, ou com problemas de manejo de resíduos orgânicos. Sempre priorizamos áreas com grande número de agricultores familiares”, explica. 

Para o primeiro semestre deste ano está previsto o trabalho em 41 novas microbacias. “Até o final deste ano pretendemos chegar a cerca de 100 microbacias com Planos de Trabalho implantados, beneficiando cerca de 10 mil produtores rurais com práticas de manejo de solo, proteção de nascentes, sistemas de saneamento e de abastecimento de água para comunidades rurais. Mais de 1900 famílias já foram beneficiadas com acesso à água potável, com a perfuração de 95 poços. Outros 80 poços estão em fase de ligação da canalização de água às casas, e mais 62 poços serão licitados, ainda em 2016”, diz Andretta. 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL - Segundo Andretta, as mudanças climáticas, com eventos mais intensos nos últimos anos, e práticas intensivas de cultivo têm causado erosão em muitas regiões, inclusive no Paraná, estado pioneiro no plantio direto e em programas de conversação de solos. 

O agrônomo fez referência às décadas de 80 e 90, quando foi desenvolvido no Estado um programa de microbacias que utilizava o terraceamento e outras práticas conservacionistas. “O atual programa foi modernizado, diferente do anterior, que utilizava terraços de base estreita e que não permitiria a circulação das máquinas atualmente utilizadas”. 

Hoje, com o plantio direto e com o maior tamanho das máquinas e implementos, as práticas de cultivos são intensas, mas nem sempre são as mais adequadas, segundo o técnico. Ele lembra que permanece a preocupação em evitar a erosão, principalmente a erosão laminar em grandes pendentes, que ocorre abaixo da camada de palha. “Não devem ser abandonadas práticas consagradas, como o terraceamento de base larga, que permite circulação das máquinas agrícolas, manejo de pragas e doenças, rotação de culturas, manejo de resíduos orgânicos e manutenção de matas ciliares e APPs, que, aliadas ao plantio direto de qualidade, garantem a manutenção da fertilidade e evitam a erosão do solo”. 

A preocupação com a prática de uma agricultura sustentável exige ações de educação ambiental, previstas também no programa de microbacias. A ideia é que as ações nessas microbacias tenham um efeito multiplicador para a comunidade, que pode, inclusive, procurar outras fontes de financiamento para alavancar as ações iniciadas pelo governo estadual. 

“Desde que o programa começou com a implantação das primeiras microbacias, em 2014, cerca de 2.500 agricultores já participaram de capacitações ligadas à educação ambiental, com a realização de 90 dias de campo e excursões às áreas das microbacias trabalhadas”, informa Andretta. 
Fonte: ANPR – Foto: www.agricultura.pr.gov.br