As manifestações populares que defendem a saída da
presidenta Dilma Rousseff mostram a solidez da democracia brasileira e não
prejudicam a imagem do país no exterior, disse ontem (20) o vice-presidente
Michel Temer. Em entrevista a jornalistas durante um seminário de empresários
em Lisboa, Portugal, ele classificou de “impensáveis” as discussões sobre um
eventual impeachment de Dilma.
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“
Estou convencido que, na verdade, isso[as manifestações] é fruto dos critérios
democráticos que adotamos nos últimos tempos. O povo, quando vai as ruas, pede
melhorias. O que nós temos que fazer, abertos ao alerta feito pelo povo, é
exatamente atender a esses pleitos. Não creio que isso tenha desmerecido a
figura do Brasil no exterior”, comentou.
Ao
ser perguntado sobre as reivindicações de impeachment,
Temer disse ser algo impensável” porque nós temos que ter tranqüilidade institucional
no nosso país. Não podemos abalar as nossas instituições democráticas falando
desse assunto. Volto a dizer; é matéria impensável”.
O
vice-presidente fez a declaração em resposta a uma pergunta sobre o efeito das
manifestações na credibilidade do país, no meio empresarial estrangeiro.
Acompanhado do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva,
Temer participou do Seminário Empresarial Brasil-Portugal, que reuniu
empresários dos dois países.
Sobre
o exercício da articulação política e as manifestações com o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), o vice-presidente disse que o
relacionamento entre ambos é o melhor possível e que eles são”companheiros de
ação”, até por serem do mesmo partido. Temer elogiou a declaração do presidente
da Câmara, que, durante o fim de semana, manifestou-se contrário à tese de impeachment de Dilma por causa das investigações do Tribunal de Contas da União (TCU).
O
TCU considerou irregular prática do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal
em pagar benefícios como Bolsa Família, o seguro-desemprego e o abono salarial antes
do repasse dos recursos da União. Para a Advocacia-Geral da União (AGU), a prática não pode ser considerada
operação de crédito porque
ocorria por períodos muito curtos, de poucos dias, até que o Tesouro Nacional
fizesse o repasse à Caixa e ao Banco do Brasil.
“Domingo
(19), o Eduardo Cunha acabou declarando uma coisa extremamente útil. Quando se
quer eventualmente falar no impeachment da
presidenta, ele foi logo dizendo que não cabia a hipótese. Isso é uma tarefa do
PMDB. O PMDB está nessa posição e Eduardo Cunha está precisamente retratando
essa posição”, disse Temer.
O vice-presidente
se disse confiante na aprovação, pelo Senado, da indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF).”
Sou da área jurídica e conheço o ministro indicado. Sei que ele é um jurista da
melhor qualidade. Tenho a sensação de quee o Senado estará sensibilizado para
qualificações jurídicas do professor Fachin”.
Em
relação a perspectivas de negócios entre Brasil e Portugal, Temer disse esperar
que o governo português compre aviões brasileiros. “Acho importantíssimo. A
Embraer tem grande atuação em Portugal. Ainda há pouco tomei contato com os
interesses de Portugal em comprar seis aviões KC-390. Espero que isso venha a
acontecer”, concluiu.
Fonte:
ABr - Foto: Ag. Senado
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