Foto: Jonas Oliveira/ANPr
Após quase nove anos de embargos à exportação de
carne bovina, o Paraná volta a exportar o produto para a Rússia. O serviço
veterinário russo habilitou dois frigoríficos paranaenses: o Frigorífico Astra,
de Cruzeiro do Oeste, e o VPR Brasil Importações e Exportações, do município de
Colorado, a exportarem, conforme comunicado feito pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A informação foi publicada no site do Serviço Federal de Vigilância Sanitária e
Fitossanitária da Rússia na segunda-feira (10) e libera as exportações também
para a Bielorússia e Casaquistão, que juntos com a Rússia compõem a União
Aduaneira.
Os empresários dos frigoríficos habilitados atribuem essa conquista ao empenho
do governador Beto Richa em destravar o mercado. Segundo Jeremias Silva Júnior,
do Astra, a pauta na visita que o governador fez à Rússia no final de 2012
incluía a retomada desse mercado. Júnior disse que o governador abriu caminho
para a visita técnica feita posteriormente, composta por integrantes do governo
do Estado e da iniciativa privada.
A comitiva foi integrada pelo secretário estadual da Agricultura e do
Abastecimento, Norberto Ortigara, o diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso
Kroetz, e o representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná
(Faep), Ronei Volpi, que apresentaram os procedimentos do serviço de defesa que
garantem a sanidade agropecuária no Estado. “Essa transparência deu mais
credibilidade no serviço paranaense e confere mais a confiança dos russos”,
afirmou Júnior.
ESFORÇOS - O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(Dipoa), do Ministério da Agricultura, Leandro Feijó, cumprimentou a Agência de
Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) pelos esforços do governo do Estado em
conseguir a habilitação para exportação de carne bovina aos países da União
Aduaneira.
“Esta habilitação reflete os esforços e seriedade com que o estado do Paraná
encarou este desafio, qualificando definitivamente o estado para a
comercialização de produtos com o exigente e competitivo mercado russo, que se
constitui em um dos parceiros mais estratégicos do Brasil”, afirmou Leandro
Feijó.
A medida vai representar um aumento de 30% na produção de carne bovina do
frigorífico Astra, que vai exportar um volume de duas mil toneladas de carne
bovina congelada por mês para a Rússia. E também a implantação imediata do
segundo turno no sistema operacional com a contratação de mais 200
trabalhadores.
O frigorífico, que gerava 900 empregos diretos para atender o mercado interno,
agora passa a ter 1.100 empregos diretos para atender os novos contratos de
exportação, informou o proprietário do Astra, Jeremias Silva Júnior.
Para o gerente geral do frigorífico VPR, Jeferson da Luz Gonçalves, a
habilitação vai representar um outro cenário para o estado do Paraná, que passa
a produzir para o mercado externo. Para o frigorífico, o acesso ao mercado
russo vai permitir mais estabilidade no faturamento, regularidade nas vendas e
mais segurança na atividade.
Inicialmente o Astra foi habilitado a exportar carne bovina para o Egito e para
a Rússia. O próximo passo, disse o dirigente, será exportar carne para Irã, que
já está em processo de negociação após o País se certificar da credibilidade do
serviço de defesa sanitária exercido pela Adapar, autarquia vinculada à
Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, criada pelo governador Beto
Richa.
CONTROLE DE QUALIDADE - Os empresários destacaram os investimentos que fizeram
na modernização e o rigoroso controle de qualidade implementado nas plantas dos
frigoríficos. O Astra foi inaugurado no município de Cruzeiro do Oeste há 11
anos e há quatro anos começou a se preparar para exportar carne. Após várias
ampliações o frigorífico conta hoje com uma área construída de 12.706 metros
quadrados onde são abatidos entre 17 mil a 18 mil bois por mês, de
segunda-feira a sábado.
O VPR também foi equipado com modernas câmaras frias e túneis para acondicionar
melhor a mercadoria, informou o dirigente da empresa.
Segundo Gonçalves, o VPR investiu cerca de R$ 6 milhões na modernização da
planta de Colorado nos últimos dois anos. “Hoje temos uma planta altamente
qualificada, com uma capacidade de abate de 12 mil cabeças por mês e agora é
trabalhar para cumprir os contratos”, destacou.
Fonte: ANPr