O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa disse ontem (5) que falta de projetos prontos durante os processos de
licitação favoreceu à ilegalidade na estatal. “A Petrobras resolveu contratar
uma série de projetos sem ter o projeto pronto. Não é correto, mas ela assim decidiu
uma decisão da diretoria”, destacou “Um erro da Petrobras, que facilitou a
distorção de valores e propinas, é não ter projeto completo. Se tiver mais
empresas, dificulta isso, se tiver projeto detalhado também”, completou.
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O ex-diretor reinterou que não havia justificativa para a
corrupção praticada na empresa e criticou a forma como a empresa é
administrada. “O maior problema é a gestão política da empresa. A Lava Jato é
uma mácula da Petrobras e do Brasil. Os culpados têm que pagar por isso. Mas,
olhando como empresa, o maior problema foi a política de preço colocada pelo
acionista majoritário”.
O depoimento do ex-diretor da estatal na Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara, durou cerca de seis
horas. A oitiva começou com Costa falando do arrependimento pelo que fez. “Arrependo-me
amargamente pelo que aconteceu”. “Se eu pudesse voltar ao passado, certamente
não faria isso”, disse, ressaltando que espera que o Brasil” passe muitas
coisas a limpo em muitos níveis”, provocando reações em alguns deputados. Eles
chamara Costa de “Bandido” e ladrão”.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) abordou a questão da piscina
da casa do ex-diretor da Petrobras, onde, segundo Marun, Costa teria escondido
o dinheiro recebido como propinas. O
ex-diretor respondeu que havia um vazamento crônico na piscina e que, por causa
disso, criaram um “folclore” a respeito do caso, com insinuações de que ele
teria enterrado o dinheiro oriundo de corrupção no local. O deputado contestou,
dizendo que folclore seria “Costa Ganhas milhões em propina e ter dificuldade
de pagar conta de água”. Costa retrucou, sugerindo que Marun poderia escavar a
piscina.
Ele também disse que o esquema de corrupção na Petrobras
se originos graças a “maus políticos” e que a empresa teve um prejuízo muito
maior quando o governo federal não decidiu repassar os aumentos nos
combustíveis, a partir de 2010. “ A defasagem entre o que a empresa comprava e
revendia era mais de 20%. Ou seja, quanto mais vendia, mais a empresa perdia”.
Ele disse ainda que o governo, com a medida” arrebentou a empresa”.
É a rerceira vez que Costa vai ao Congresso depor sobre
as irregularidades na Petrobras. Em setembro do ano passado, ele depôs na comissão
parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investigava denuncias de corrupção na
companhia. O ex-diretor, no entanto, não respondeu as perguntas dos
parlamentares, usando o direito de ficar calado.
Em dezembro, Costa voltou à Casa para uma careação com
ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Na ocasião, ele
declarou que o caso da Petrobras se repete em todos os outros setores públicos
do Brasil – “nos aeroportos, nas rodovias, nas ferrovias e nas hidroelétricas “
– disse que “ninguém chega À diretoria da Petrobras sem uma indicação política”.
Fonte: ABr – Foto: jornalnh.com.br
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