Brasília – O Fundo Monetário Internacional (FMI)
reduziu de 2,5% para 2,3% a previsão de crescimento para a economia brasileira
neste ano. Para 2015, a estimativa foi reduzida de 3,2% para 2,8%. As projeções
foram divulgadas em nova edição da publicação Perspectiva Econômica Mundial (World Economic Outlook, em inglês), divulgada hoje (21) pelo
FMI.
De acordo com o FMI, a economia brasileira enfrenta
um momento oposto em relação ao restante do mundo. O Fundo elevou de 3,6% para
3,7% a previsão de crescimento da economia global em 2014. Para o próximo ano,
a perspectiva de expansão da economia do planeta foi mantida em 3,9%.
Na avaliação do Fundo Monetário Internacional, o
aperto no crédito, que reduz o consumo, os gargalos na economia e a incerteza
política, que reduz os investimentos, contribuíram para que a estimativa de
crescimento fosse revisada para baixo não apenas no Brasil, mas nos países
emergentes de forma geral. O fim dos estímulos na economia norte-americana,
ressaltou o relatório, tornará países com rombos nas contas externas, como o
Brasil, ainda mais vulneráveis a riscos em 2014.
“Economias com fraquezas internas e déficit nas
contas externas estão particularmente expostas. As taxas de câmbio devem ser
depreciadas [aumentando o valor do dólar em relação ao real] em resposta à
deterioração das condições de financiamento externas”, destacou o FMI.
O relatório recomenda que os países emergentes
aumentem o rigor fiscal e melhorem o ambiente regulatório para estimular
melhorias na infraestrutura. Segundo o FMI, somente essas medidas serão capazes
de manter a confiança dos investidores internacionais e impedir a fuga de
capital desses países.
De acordo com o FMI, a aceleração da economia
mundial deve-se principalmente à recuperação dos países desenvolvidos, cujos mercados
internos voltaram a crescer depois de anos de crise. O organismo, no entanto,
recomenda que os Estados Unidos e a União Europeia não retirem rapidamente os
estímulos concedidos nos últimos anos.
“Um crescimento mais forte é necessário para fazer
o balanço de pagamentos ser reparado depois da crise e para reduzir riscos
relacionados à crise. Na zona do euro, o Banco Central Europeu precisará levar
em consideração medidas adicionais para esse fim”, ressalta o documento.
Fonte: ABr