A
economia brasileira teve contração de 0,84% em abril, nos cálculos do Banco
Central, divulgados ontem quinta-feira. O resultado foi bem pior que a
expectativa dos economistas do mercado financeiro, que previam retração de 0,4%
no mês, medida pelo IBC-Br, o índice de crescimento do país feito pela
autoridade monetária.
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A
certeza de um recuo da economia em abril veio após a surpresa negativa de
vários dados econômicos.
Na
terça-feira, o IBGE divulgou que o comércio registrou uma queda nas vendas de
0,4% em abril. Foi o terceiro mês seguido de baixa, o que contrariou as
estimativas dos analistas que achavam que o desempenho do varejo ficaria no
campo positivo. Na contramão das apostas, o setor registrou o pior resultado
para o período desde 2001.
O desempenho da indústria também
influenciou o IBC-Br. A produção caiu 1,2% de março para abril, segundo o IBGE.
Sete dos dez setores pesquisados diminuíram as vendas. E há uma perspectiva de
piora por causa da expectativa de aumento do desemprego e do pessimismo do
consumidor.
DIFERENÇAS NA METODOLOGIA
Tanto o IBC-Br
quanto o Produto Interno Bruto (PIB) são indicadores que medem a atividade
econômica, mas têm diferenças na metodologia. O IBC-Br foi criado pelo Banco
Central para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que
sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política
Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do PIB é divulgado pelo IBGE com
defasagem.
O indicador do BC
leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o
desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).
Já o PIB é calculado
pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo
lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além
dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das
famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e
importações.
O IBC-Br não pode
ser considerado uma prévia do PIB porque o dado oficial é muito mais complexo.
É o que os economistas chamam de proxy, uma aproximação. As divergências com o
número do IBGE refletem-se nos números. O número costumava a ter resultados
próximos ao dado oficial, mas tem apresentado resultados descolados por causa
das diferenças metodológicas.
Economistas apontam,
no entanto, que o IBC-Br indica a tendência da atividade econômica, o que ajuda
a dar uma avaliação geral do PIB. Fonte: D.
da manhã Foto: ceara agora
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