Os indicadores que retratam o quadro de atividade da
indústria brasileira tiveram em 2014 o pior desempenho do setor dos últimos
cinco anos, e para o início de 2015, a expectativa do setor é que o cenário de
dificuldade continue.
“O quadro da indústria em 2014 foi bastante negativo. O nível de atividade espelha as grandes dificuldades que as empresas brasileiras estão tendo: competição com produtos importados, demanda doméstica mais fraca, e queda do investimento”explicou Flávio Castelo Branco, gerente de Políticas Econômicas da CNI.” Há uma relação bastante estreita entre a dinâmica da economia brasileira com o desempenho do setor industrial”, completou.
A queda nas horas trabalhadas na produção, que foi de 3,7%
em 2014, também teve o pior resultado desde 2009, quando foi de 8,0% no ano.
Outro indicador que mostrou o pior resultado dos últimos cinco anos foi a
utilização da capacidade instalada, que caiu 1,3% no ano passado, também o pior
desde 209, quando o declínio foi de 2,7%.
O emprego na indústria mostrou retração de 0,7% em 2014,
também o mais baixa desde a queda de 3,3% em 2009. A massa salarial, apesar de
ter apresentado um crescimento de 1,5% no ano passado, mostrou desaceleração e
foi o pir resultado desde 2009, quando houve retração de 2,3%.
Para este ano, a CNI espera que o cenário de dificuldade
para o setor continue. ”A necessidade de reajustes na política econômica, com
foco na reorganização das contas, levou ao aumento da tributação e à elevação
de taxas de juros. E esse quadro só agrava as dificuldades do setor industrial”,
disse Castelo Branco. “As expectativas para os primeiros meses deste ano são de
continuidade do quadro de dificuldade”, completou.
Capacidade- Os números de dezembro deixaram ainda pior o
desempenho da indústria no ano passado e o setor encerrou 2014 com retração, segundo
a entidade. O nível de utilização da
capacidade instalada da industria de transformação atingiu 81,0% em dezembro de
2014, uma queda em relação a dezembro do ano anterior, quando a utilização do
parque fabril era de 81,7%. Em novembro, estava em 80,9%.
Fonte - Foto: Instituto do Aço