O Brasil tem capacidade média de gerenciamento de
riscos, aponta relatório divulgado no dia12 do corrente pelo Banco Mundial
(Bird), segundo o qual quanto maior a renda nacional, maior tende a ser o nível
de preparação para riscos de um país. No entanto, nem sempre a regra se aplica.
Um mapa de preparação para lidar com riscos, em todo o mundo, mostra que, na
América Latina, Chile e Uruguai têm bom preparo para a adoção de medidas
envolvendo capital humano, bens, apoio social e do estado, em contraste com
países vizinhos, cuja capacidade é mediana.
Os dados fazem parte do Relatório Sobre o
Desenvolvimento Mundial, publicado pelo organismo internacional, que trata
de um tema diferente a cada ano. Em 2014, o assunto escolhido foi a gestão de
riscos - que podem envolver de desastres naturais a crises financeiras – e as
oportunidades de desenvolvimento que surgem quando os países têm preparo para
confrontá-los. Norman Loyaza, coordenador do relatório, destaca que o preparo
para o enfrentamento de crises salva vidas, evita prejuízos econômicos e
expande oportunidades. “Para buscar oportunidades, as pessoas devem confrontar
riscos. São dois lados da mesma moeda”, destaca.
De acordo com as medições dos pesquisadores, o
gasto de recursos na preparação de um bom custo-benefício envolvem
investimentos em itens como vacinas, saneamento e sistemas de alerta
antecipado. Na maior parte dos casos analisados, os resultados mostraram que os
gastos compensam. No entanto, há obstáculos para investir na preparação, que
vão desde a falta de recursos a falhas de governo. Segundo Deborah Wetzel,
diretora do Bird para o Brasil, o organismo discute com o governo federal
maneiras de melhorar a gestão de desastres como as chuvas fortes no país.
“Estamos trabalhando para preparar os estados”, disse.
O relatório foi apresentado no Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Marcelo Néri, presidente do Ipea e ministro
da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, disse que o
Brasil conseguiu reduzir riscos e instabilidades por meio do controle da
inflação, em função do Plano Real e de programas de transferência de renda como
o Bolsa Família. “Em 2002, a probabilidade [de a renda] cair era [um patamar]
de 26 e a probabilidade de subir ficava em 16. Houve uma inversão dos riscos de
queda e ascenção dez anos depois. Em 2012, a probabilidade de a renda cair
diminui para 13 e de subir atinge 27”, comentou.
Fonte: Ag. Brasil